Se a nossa geração tem algo que a difere das anteriores é a apatia. Olhar para o passado e ver as enormes manifestações, seja na busca pela participação direta na escolha do presidente da República, ou no protesto contra a permanência do Presidente Collor, é bem diferente do que vemos hoje. Se algo está ruim e desagrada, pouco importa, melhor que protestar é se acomodar e integrar o desagradável ao cotidiano e aí se justifica o comportamento indiferente.
Mas o que mudou? Por que tanta diferença de comportamento? Imagino se hoje, os mesmos que saiam às ruas, pacificamente ou não, tempos atrás veriam sentados em casa o cenário político do país e não fariam nada. De repente os poucos que teriam vontade de mudar ficariam abafados em meio ao descompromisso político da maioria, o que ocorre hoje, vale ressaltar. Os poucos que ainda tentam reagir e mostrar sua indignação são repreendidos pelos que justamente deveriam reforçar o grito, e ajudar a exigir satisfação daqueles que nos devem.
Afinal, estamos tão despolitizados por quê? Penso que uma boa parte da culpa é de cada um, que foi cada vez mais se acomodando e fingindo não ver o problema crescendo, e agora ao invés de tentar correr atrás do prejuízo, desmotiva aquele que de alguma maneira tenta melhor a situação.
lucas, achei o seu trabalho muito inteligente, leva as pessoas a pensarem o que de fato vivem. Até a nossa foto foi igual, tua idéia é parecida com a minha, gostei bastante do seu enfoque dado a questao.
ResponderExcluirabraços
Lucas,
ResponderExcluirGostei muito do texto, da forma como te expressaste e das relações que elencaste. Concordo contigo que a apatia e a indiferença são marcas dos indivíduos quando falamos em participação, em mobilização. Se falarmos que apenas a corrupção fez com que os jovens se desmotivassem estaremos nos enganando, pois durante um dos períodos de maiores manifestações estudantis, o grande problema enfrentado era justamente a corrupção e o regime político vigente. O que fez com que esse caráter perdesse força? Por que hoje não lutamos pela mesma causa de décadas passadas? Seria o sistema impedindo a ação? Trago essas questões para que possamos continuar nosso diálogo.
Um abraço.